Às vezes eu sofro, como sofre a Terra
sob o peso mortal da estiagem,
como a nuvem chora com o vento,
como geme, acocorada, a rola no Inverno.
Um menino horrorrizado, as mãos levantadas,
clamando contudo contra o homem,
do pânico à morte: o Holocausto!
E o vento, os ossos, a tormenta. Que agonia!
E eu sofro outra vez, como Tu, Adonai, sofres no silencio.
E o relembras. Um fogo saindo da fornalha e um aldeão silenciando o seu misterio,
enquanto o Teu rebanho segue o seu pastor, pelo caminho.
Manuel Conde - Belson Love