Ele agora vaga de volta para casa com a chuva orvalhando levemente os ralos cabelos depois de vê-la na circunstância adversa onde nada mais pode fazer do que ser um conhecido, mas ambos sabem, e no brilho dos olhos se reconhecem, ele de volta a chuva e ela de volta as linhas.Ambos se encontram nas linhas da rede e ali soltam as necessidades de ambos e aquilo a enobrece nesse momento em que se sente a suja, a escória, nesse momento em que a ferida dela sangra expelindo também a esperança de um novo recomeço ela pensa cada vez mais nele, e naquela hora da noite em que as luzes se apagarem é nesse toque tão ainda anônimo que ela vai pensar, idealizar a noite em que ele virá, as formas dos corpos seriam iguais?Quais seriam as sedes?
Ela de calor, ele da fêmea!!
Ela só deseja ser livre mas atada é ao calor daquele que a prendeu, cativa no amor que tem pelo tirano ela se lamenta enquanto ele aos poucos mexe com sua tentação...
Corte a corda pra que voe ou então rasgue esse peito em dor e sangue pois não pode mais suportar a falta, a sede, a fome de ser mulher!!!
O dia da chuva...
Data de publicação:
Quarta-feira, 15 Novembro, 2006 - 00:03
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