No silêncio me fecho
dentro destas paredes
de pedra-sabão
sou eu que choro
lágrimas de solidão.
Sinto-me cansada
não quero mais
esta vida infeliz
só me faz mal.
Não sou heroína
nem vulto escondido nas sombras,
vivo entre nevoeiro
olhos ardendo do pranto chorado,
derramado, de fumaça embaçado.
Sonhadora,
menina sonhando com belas montanhas
sem prisões do tempo,
nas manhãs do destino
aquietou-se sem forças
sem que ninguém soubesse,
os gritos entalados
na garganta seca, dolorida.
Marta Peres.