Os meus olhos pesam demais. Quero adormecer, quero sonhar.
E ali estás tu, beleza interior inconfundível, beleza exterior tão aptecível.
O desejo arde e cresce, estou em fogo que me faz suar, quero ter-te, quero-te amar.
E quando estou quase, a luz entra dentro de mim, estou novamente longe, sozinha, sem ti.
E tempos se passam, em que não posso ser tua,
só quando quando a noite cai, e surge desvanecida a lua.
A dormir, sou o que quero ser, vivo nos meus sonhos, consigo não sofrer.
Mas acordo, e o vazio aparece, mais uma vez estou só e logo a esperança se desvanesce.
Acordada, vivo num sofoco escondido.
Nunca o poderás saber, a vida continua assim e o sonho lá fica perdido.
Eu sei o que sinto, mas não posso contar-te,
porém estou livre para continuar a amar-te.
Sem o saberes, consegues levar-me à loucura,
o coração acelera, o despespero deixa-me nua.
O meu pensamento já é teu, o meu corpo agora te pertence,
sem me aperceber, estamos unidos, absurdamente.
Fica comigo, não digas palavra, um momento só meu e teu, nosso.
Agora estou completa, desejo antigo concretizado,
resta saber se o desejo permanece e será por ambos partilhado.
Quem sou eu?
Mais uma alma que anda por ai,
que se apaixonou sem querer, que se apaixonou por ti.
Alguma vez estaremos juntos? Só tu o saberás dizer.
Até lá, já chorei a sonhar e de tanto sonhar, já aprendi a sofrer.