Descortina sobre mim
as lembranças ternas
que o vento traz com suavidade,
acariciando a minha célula microscópica.
Um órgão solitário pulsa na força
despendiada de um som oculto.
No latir de um cão na rua de minh’a alma,
o eco de um grito em meio a multidão,
insensível, estressada no corre-corre
do cotidiano imundo e desumano.
Olhos, passos, corpos que não se
encontram, não se sentem.
Não vêem a dor que emana no
barulhento trânsito da cidade grande.
Ficaram para trás os meus passos,
meus carinhos, meus abraços,
numa solidão, num descompasso.
Em uma viela qualquer depositei
meus sentimentos em estilhaços.
Minnie Sevla