Me perco nas ruas
ruas de pedra
no ato mecânico de andar,
meus olhos estão cegos,
cegos de lágrimas,
vejo apenas vultos
e rostos esquálicos
envolvidos no pensar
angustiante de mais um dia
de vida.
Mas é um dia tão igual
tão sem ar, sem luz.
Uma agonia me toma de assalto,
um transeunte chama atenção,
chega devagar,
senta-se num vago,solitário banco,
perto da praça.
Parei, o ar me faltou
sim era ele, ele que estava ali
na minha frente olhando,
sem me ver.
Levanta-se num rompante.
Sai em passos errantes.
Uma agonia pulsa em meu peito
Alí nas ruas de pedras
passos largos e cansados
em meio a multidão de rostos
sai em sentido oposto
destino oposto
ao meu...
Marta Peres