De longe posso ouvir cantar a cotovia,
Sinal de novos tempos,amor à revelia,
Presságios de momentos que irão se eternizar,
Amor que o próprio tempo deixou agonizar...
Agora ele se acende,volúpia de te amar,
Guardei-me tão somente pra um dia me entregar...
Explora o meu corpo,meus íntimos recantos,
Ensina-me a viver,me mostra teus encantos.
Só peço que não quebres minha fragilidade,
Que aguces,que incendeies minha sensibilidade,
Pra ter o teu amparo,te ter colado a mim,
Teu corpo a me espreitar...me penetrar por fim.
Não sei porque demoras,eu já te esperei tanto...
Não vês meu coração que de pulsar já sangra?
Oh,sonhos que se alastram...Desejos...Utopia?
Não!!!Porque ouvi de novo cantar a cotovia!
Comentários
Poulit / Carmen
Mais um belo cesto de emoções. La Violetera já leu esse poema?
Sua poesia não tem parfum, tem cheiro... É mais conciso. Numa sucessividade em que se alternam, como se dançassem sobre a linha do tempo (presente em todas as estrofes) as emoções exalam. E do poema, como um todo, exala uma mulher madura, no auge da sua mulherice. Plena de sê-la e de dar-se, in natura, per si e a per-doar-se, ela ouve a cotovia, elo da natureza com sua natureza íntima.
Belíssima essa mulher. Insegura? Ora, todas as mulheres o são e homens também.
Beijos e pius, do seu admirador, menor que uma cotovia, Passarinho.
Lou Poulit