Livro-me dos meus pecados cometendo outros
Novos, picantes e furtivamente lascivos
Sinceros, profundos e deliciosamente proibidos
Livro-me dos meus pecados falando de amor
Sendo condenado pelos olhares que nada me dizem
A não ser que são infelizes e por isso julgam demais
Livro-me dos meus pecados profanando a dureza da razão
Contestando-a diante de sentimentos que desestruturam
Qualquer lei ou idéia aceita como verdade universal
Livro-me dos meus pecados sem fazer esforços
E tomo como minhas as palavras do poeta que afirmava
Não conhecer pecados, apenas prazeres
Bernardo Almeida ( Livro Crimes Noturnos – 2006/ www.bernardoalmeida.jor.br)