Eu vejo pelos cantos os aromas;
Sentidos e temperos;
Espalhados para criar as formas;
De um todo que desmembra os textos;
É estranho tudo que se passa;
Eu tento imaginar o óbvio nas palavras;
Entender o sentido que toca e retrata;
Esses e todos os efeitos cheirosos dos poetas;
Lançados nessas paginas para ecoar;
Levadas pelos ventos a quem possa os encontrar;
E assim imito a chance de aprender a voar;
Empunhando um tinteiro começo a esmiuçar;
E nesse instante o poeta declina seus olhos sobre mim;
E num profundo ensinamento me fala;
Só amando pode escrever, só assim;
Meu aprendiz o que amas, é isso que você retrata;
Fale de ti, dos teus anseios e suas duvidas;
Fale do mundo e da mulher amada;
Fale da vida e da morte de alegrias e tristezas;
Fale de tudo e fale também do nada;
Nesse emaranhado de misturas;
Estarás com duvida, sem resposta certa;
Tente descrevê-las do grosso em minúcias;
Porque só tentando achar essa resposta;
Tornasse um verdadeiro aprendiz de poeta.