O poeta está só
na mesa do bar
cantando uma canção
que ninguém jamais ouviu falar
Um negro o acompanhava com um pandeiro
negro sorridente e com cheiro de fumo
batia harmoniosamente o instrumento
raco-taco-tá.
- Vamos, mais rápido.
Exigia o poeta insatisfeito
com a lentidão do negro,
que fechou os olhos e tocou ainda mais rápido.
Os outros não entendiam
- Que som sai da boca desse homem?
Ninguém entendia o poeta
muita menos via o negro e o pandeiro.