Caiu uma noite vestida de luzes,
alçou um manto de estrelas,
banhou-se de matizes que reluzem,
entram pela janela desavisada,
são réstias de noites e constelações,
abraçam minhas ilusões todas,
chegam visitantes desejadas
Entre as paredes fechadas essa noite
encontra-me, alma e corpo, a morrer saudades
na frieza dessa noite enfeitada,
no vazio do coração de vontades
E nada há que se possa dizer em noites assim,
pois que o sol há muito dormiu atrás do horizonte
e só essa noite banhada em horas,
com sobras de dias finitos e óbvios,
E minhas noites com sol?
Resumiram-se a algum farol de qualquer carro,
passante rápido das minhas madrugadas,
ou em alguma esquina me aguarda o despertar doce
de um solzinho, que fosse, a amenizar a noite
Nada .... só as mesmas velhas paredes,
a janela de parapeito descascado,
umas violetas secas, um incenso perfumando,
e noites sem sol e vida sem lua
e peito cheio de vazios!
(Carol)