Maldito sejas relógio!
Não me dás tempo de descanso…
Só sabes traduzir a minha vida em números…
Lanças vidas iludidas ao remanso
dos teus inúmeros.
Porque te achas com esse direito?
És morfológico?
Porque me chamas para a tua dança?
Se de mim pensas ter proveito,
não, descansa,
sou um ser com mais que um ‘lógico’.
Fazes uma contagem decrescente
corres supérfluo
às 6h marcas o sol nascente
e nos teus ponteiros eu fluo…
Quero acordar,
sem tempos, sem datas,
porque me manténs prisioneira?
Vais perseguir-me a vida inteira,
com a tua cifra,
dízima infinita, periódica…
Na tua racionalidade matemática
marcas o tempo em que matas…
fazes do tempo, uma temática
na qual só te embaraças.
Se recuas e avanças horas,
consoante as estações,
deixa as minhas de fora,
dessas homologações.
Arre! Cronometro, arre!
Comentários
P03tiza
Caríssima, poetiza, você escreve muito bem, tenho lido seus escritos.
Parabéns!
xeroooo.
Nailde B.
Nailde Barreto.
p/ Nailde Barreto de P03tiza
Caríssima, Nailde Barreto,
muitíssimos obrigados, nem sabe o quanto faz brilhar os meus olhos e asegurar assim, a existência de sonhos transbordantes pelos mesmos.
Espero que continue a gostar, ou melhor, farei para que isso aconteça.
Muito grata,
boa continuação e boas leituras,
P03tiza.
Rute Mesquita