Maldita Princesa Cadáver
Yuri Rodrigues
Morta, gelada neste caixão,
Linda como as rosas que a enfeitam,
E eu aqui, apodrecendo em vida
Com o amor que fez nascer e mim.
Maldita! Mesmo defunta, me atormenta,
Quero os seus lábios gelados
Esquentando os meus com a paixão eterna.
Não pude resistir aos seus encantos
E olhe onde eu parei
Definhando-me de amor
Por uma bela princesa
Que adormece no vale dos mortos.
Eu te amo... E te odeio!
Quero que feneça nas trevas
E sinta o amargo da escuridão.
Viva no meu mundo.
Maldita princesa cadáver!
Por que quis que me apaixonasse por você
Se não tinha intenção de me amar?
Maldita! Eu ainda te amo!
Plantarei ao lado de seu túmulo,
Uma rosa, vermelha como o sangue,
Que jamais morrerá.
Será o meu espírito,
Velando-te nas noites que se findarão,
Admirando o seu corpo em decomposição
E te odiando...
Por que fizestes por ti, me apaixonar.
Maldição!
Eu ainda a amo.
Durma em paz, bela princesa cadáver...
Eu a encontrarei nas trevas,
De onde eu nunca deveria ter saído.