Sua origem.
Panos por pensamentos rasgados
Numa dança sedutora descido
Boca e cálice num só, molhados [1]
O ventre fazia-se contorcido
União cada vez mais sedosa
Pensamento adormecido
Acariciando-a bela formosa
Em face tendo enroscado
Abrindo-se qual majestosa rosa
De fúria havia abocanhado
Quente a língua invadido
Sentimento puro avermelhado
À procura por aquele escondido [2]
Num gemer já implorante
Sente o prêmio do cupido [3]
Dedos por tesão avante
Sábios por leves movimentos
Na alma encontra penetrante
Satisfação desejada: mais acalentos
Ensandecendo de dentro pra fora
Enrijecidos os corpos sedentos [4]
Encontram-se os dois agora
coniunguntur mérito [5]
Qual cogumelo entre cochas aflora [6]
Siqua sine sócio [7]
Sem a luz para a escuridão
caret omni gáudio [8]
De só vazios no coração
Calor e cólera no priapo havia
Deleitando-a de emoção
cordis in custodia [9] .
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1 – O cálice representando a genitália feminina
2 – Ponto G
3 – Pois o encontrou!
4 – Clítoris e Pênis
5 – Do latim, “fortemente acoplados”. Extraído da sinfônica “Carmina Burana”, Carl Orff
6 – O cogumelo representando a glande
7 – “Uma mulher sem um amante”
8 – “Um vazio de sentimento”
9 - “Nas profundezas do seu coração”
David