De quem somos nós?
Os gestos
Que vivemos
O que são?
O que são os olhares difusos
Onde esgares
Somos assombros
no ocluso?
O que somos no Mundo?
Claro: ele nunca mo dirá!
Gestos são confusos
Um tanto
E quanto
Irreais.
Gestos no mesmíssimo
Grito do teu olhar
Que na sorte me dá.
E vamos de sombra
Em sombra
No vil e imenso gesto
Que nos faz tremer
Que nos faz viver.
Qual é tal coisa maravilhosa
Que do espaço ansiosa
É o esgar do meu ser imaginado
No meu corpo sentido
E sobre o meu abraço?
Qual é coisa
Que na minha mão estirada
Sinto?
E sinto em ti
... Ou não
A vida
O teu olhar
Sobre o meu coração.
De súbito:
Tudo se desfaz
Ao me tocares
E no espaço alevantado
És o presente
E tudo isto é nada
E tudo é o encanto.
De súbito:
A tua voz purissima no espaço
Vai-se ida
No nada...
... Fazes-me chorar
... Só por chorar
Tenho saudades.
Ah meu amor
Como sou imenso
Como és imensa!
Paulo Martins