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Hoje a faca varou,
entrou fina,
penetrando o coração
marinho.
Derramei-o.
O dia estancou
na alma azul,
e a noite
ergueu-se
sem estrelas.
Costuro a dor
no tênue
entreabrir-se,
como asas
em vôo.
Desmontado,
exausto,
o poeta sangra.
Com a pérola na mão
estanca feridas.
Pendura letras
no teclado,
ouço-o
cantar azul.
** Gaivota **