Tingidos de cio gritam
nos vazios do leito santo,
profanos, silenciados versos meus,
desmaiados, ébrios de tanto voltar
desse amor incandescente,
aquarelado por anjos dos céus.
Plenos de luz, penitentes,
deserdados versos nos escuros
do meu gozo sempre iminente,
vertente, transpassando muros,
excomungados da própria crença
precisam muito se confessar...
Precisam se armar de perdão!...
Mas quem os levaria ao próprio deserto?
Quem ousaria lhes desarmar?
Quem chegaria tão perto
e aceitaria o tanger dos gestos
e recolheria seus restos?...
Quem ungiria seu corpo, antes,
seguindo pegadas quentes, depois,
legadas ao passado por indulto?
Quem lhe perdoaria a poesia
e lhe exultaria a pura heresia
de ser uma criança... e um adulto?
(Parceria Lou Poulit e Norma Martins)
Comentários
Lou Poulit
Quanta culpa,
quanto desejo,
quanto moralismo
quanto pudor...
Quanta sede de descrença em busca de vil liberdade...
De uma realidade que se faz lei a nossa conciência...
Uau !!!
Perfeito!!!
Adorei!!!
~;-)
Sra. Morrison
Sra. Morrison
Senhora Morrison
É maravilhoso perceber quando alguém partilha minha arte. Digo partilhar no sentido místico mesmo, comungar (ser comum). Não posso crer numa arte egoísta, que nasça e morra na escuridão do artista. Ela só tem o seu pleno e verdadeiro sentido, só é de fato exercida, a partir de quando toca uma outra escuridão. Então está consumada. Cumpriu seu papel no universo. Fez-se a sua luz!
Muito obrigado, pela sua sensibilidade.
Lou Poulit
Lou Poulit