Passo a língua mansa
numa carícia louca
a descobrir estrelas
no teu céu da boca
e se me afagas
quebras as amarras
libertas o desejo
e nunca mais paras
a sede desta fera
á nossa espera
dentro do peito
da primavera.
Onde fico presa
atada
indefesa
neste fogo aceso
da tua carne nua
na força do cio
correndo num rio
que nasce no fundo
dos lábios da lua
quando sorri ao mundo.
Mas tu vais embora
agora que é preciso
dar mais força á vida
amar o improviso
e pintar nesta gente
um outro sorriso
que abra as portas
para um paraíso
“ Mas “