Sou como ferro em brasa
como leite sem nata
sou das últimas a primeira
na fila
de solidão e promessa.
Sou,
como no andar a pé
estrada empoeirada
em noites caladas,
fechadas.
Sou,
como risos e choros
em noites escuras
onde não há mais sonhos
só choros, venenos, sufoco
por ter ocos os olhos
perdidos da Fé.
Tudo sou,
tudo gero
ai de mim
e dos outros mais
coração partido,
dolorido, sentido,
sofrido nas ganâncias
na fartura,
na arrogância
e na usura.
Meu segredo revelado
propagado todo ao vento
o degredo
movimentos são esquecidos
mortos pelo tempo.
Marta Peres