Dúvida
E a incerteza cresce dentro de mim,
sei do que fiz pois convivo comigo,
estou em mim carregando inquietação,
hesito, não ouso julgar nem quero ser
julgada. Há no ar algo estranho, errado,
não condiz com a verdade, deturpa
o que deveria ser. Mas o que é verdade?
O que deveria ser?
Meu rosto está limpo!
Meus olhos podem olhar de frente, olho
dentro do olho. Todos podem?
Tudo desemboca vala abaixo, há pedras
soltas no desfiladeiro, quem as soltou?
Visto a roupa da esperança, sigo meu
caminho sem olhar ao redor, não interessa
o alvoroço da passarada. Uma vela ilumina
caminho difícil de transpor, sigo firme!
Marta Peres