Essa noite me peguei em devaneios;
A vagar pelas ruas sombrias e solitárias;
Pelos becos e pontes, em busca do nada;
Sem direção, sem rumo, sem motivo;
Procurava algo que não encontrava;
Um vazio era tudo que sentia;
Busquei o motivo, a causa, a solução;
Mas também não pude encontrar;
Sentia a brisa da noite, tocar minha face;
O cheiro úmido pairava no ar;
A lua estava como a me observar;
As estrelas me espreitavam;
O vento uivava nos meus ouvidos;
Como se quisesse me dizer algo;
O silêncio era pleno e suspeito;
Por um momento senti o coração acelerar;
Assustei-me com a sensação;
Senti-me em plena e total melancolia;
E por um instante, parecia apenas eu;
A solidão me tomou, senti quando me tocou;
Como um lobo uiva para a lua;
Senti meu âmago num longo grito mudo;
Clamar por seus beijos, por seu cheiro;
Clamar por você...
§corp¥on®
Comentários
p/ §corp¥on®
Samuel! Quanto tempo...!!!
Seus versos como sempre me chama para lê-lo.
Está realmente formidável!
Abraços graciosos,
Graciele Gessner.
http://gessnergraciele.blogspot.com/
Graciele Gessner.
P/§corp¥on®
E a clamar se vai chegando... onde se quer
e onde se puder!
Interessante poema!
Joaninhavoa
(helenafarias)
15/07/2009
Joaninhavoa
p/ §corp¥on®
Ah, não poderia deixar de comentar que gostei da nova foto no perfil.
Abraços poéticos,
Graciele Gessner.
Graciele Gessner.
PS.
Belo poema, porém, como o vento uivava em seu ouvidos e o silêncio era pleno??
Abraços
Nuzzy
NuzzyII
Risos...
Permita-me justificar e ou esclarecer. Sentimentos e ou definições ambiquas são um tanto quanto próprias de uma expressão de devaneio. Devaneios são um turbilhão de sentimentos e pensamentos que se afloram em frações mínimas de tempo, deixando um rastro de lembranças e sensações difíceis de explicar muito mais de descrever, porém, sacodem nosso ser e nos colocam em estado de alerta para tudo que nos define como seres, mortais com sentimentos imortais...
Abraços
§corp¥on®
§corp¥on®