Desaprendi a chorar
Quando aprendi que o amor que me faz sofrer
É o amor que deveras sinto.
Amor não é sinônimo de felicidade e paz,
É um sentimento dúbio, sagaz e severo,
Verdugo de seu cativo
Que embora livre se deixa aprisionar,
Dependente de seus maltratos
Que afagam a necessidade de tê-lo.
Desaprendi a sorrir
Quando aprendi que o amor que me faz viver
É envolvente como absinto.
Amor que não acaba e sempre se quer mais,
Mais do que se tem, e do que se possa ter,
Amor pelo qual eu vivo
E embora livre, me deixo cativar,
Pelos grilhões de seus cuidados
Que afagam a necessidade que tenho.
IGOR JOSÉ