Chega a noite...
Lentamente caio para dentro de mim,
me perdendo em algum lugar do passado,
onde o carrasco é o presente,
que flagela meus sentimentos
trazendo a tona a fria realidade...
Se pudéssemos mudar o passado?
Se o seu nome não tivesse guardado?
talvez hoje não seria condenado
e seguiria livre, na absolvição dos meus pecados...
Mas as horas passam, regredindo os milésimos,
devastando com o vento a vontade de gritar seu nome,
de ouvir sua voz...
Sou anestesiado pelas lágrimas
que insistem em reger ao silencio a mais bela sinfonia...
A Lua solitária entoa sua melodia...
Será que ela pode me ouvir?
Será que ela entende meus sentimentos?
Será que ela ouve meus lamentos?
Onde foram as estrelas?
Eu preciso de seus brilhos,
pois por enquanto é o mais próximo que posso chegar do seu olhar,
o mesmo que um dia passou por mim,
eternizando os segundos
e se prendendo para sempre em meu coração...
Chega a noite...
Na utopia noturna, a Lua me faz companhia...