Beijo Ausente
Nas cortinas do tempo bordei minhas quimeras
Templário de sonhos, foste tu, que arquitetei
Observei-te ao longe, já de outras e outras eras
Sorvendo as essências daquele beijo que não dei
Na medievalidade da existência, enclausurei-me
Nos antros de fantasmais e impenetráveis castelos
Oh, Deus!Como não afoitei do cavaleiro achegar-me?
Hodierno estado são as acabrunhas dos meus anelos!
Símplice plantinha, na estrada, observei tua passagem
E preservei no âmago do meu ser, tua figura heróica
Beijei-te, em filigranas de sonhos, mas sem coragem
Nunca proferi sequer eu te amo, na paisagem bucólica...
Bailaram as sazões, os meses, os anos... Novas estações
Maquiaram-me de rugas, encaneceram as minhas melenas
Anego ainda em meu ser ósculo ausente... Tantas ilusões
Rascunharam uma biografia em sonhos!Esperei como Helenas!
Denise Severgnini
Comentários
Beijo Ausente, autoria Denise de Souza Severgnini
Denise, quão triste e apaixonante...
"Beijei-te, em filigranas de sonhos, mas sem coragem
Nunca proferi sequer eu te amo, na paisagem bucólica..."
A falta do beijo é uma entrega total em sua inspiração...
Por sinal, excelentes versos! Parabéns! *****
Beijos graciosos,
Graciele Gessner.
Blog: http://gessnergraciele.blogspot.com/
Graciele Gessner.