No horizonte longínquo a asa se partiu
Agarrado ao eterno, perdendo a saudade
Corroído pela inveja, cai e me feri
Triste anjo que negro me tornas-te sem vontade
Na escuridão do ser, perdi o sentimento
Sem saber o que fazer encontro à solidão
Companheira nas trevas do meu tormento
Virei um anjo negro sem alma nem coração
Pelo mundo vago, atormentado e sozinho
Pois esse é o meu karma
Nas minhas veias corre a tua eterna maldição
Das nuvens cai, pois a tentação foi maior
Em meu ser só há tristeza, dor e aflição
Cansado e perdido, eu sigo a deriva de um mar de tormento
De asa quebrada tornaste-me um ser solitário
O meu sangue ferve nas veias rasgadas, feridas
Descanso pousando numa tumba ou mausoléu
Mergulhado no obscuro onde a luz não entra
Sem olhos nem sentimento ainda avisa
Se o homem não mudar, ficaram como eu
Perdidos nas trevas onde a saudade morreu.