Escrevo porque a vida exige
que eu manifeste minha alma
e o dia impõe que o espírito se enleve
em palavras cheias de letras pesadas e leves
Nelas, nas palavras, está contido meu ser
passado a limpo em poesias desencontradas,
escrito em prosa poética, com rimas pobres
ou versos livres feito alma em liberdade,
não há piedade nos dizeres e de tempo em tempo
todo o tormento traduz-se num poema manco,
feito em versos brancos que me salvam
da morte – único alento –
Escrevo, quem sabe, pela ousadia da pena
na tentativa de ultrapassar a pequena existência
e fazer morada contida
nesses poemas de vida que são retalhos costurados
em encaixes perfeitos de alma e poesia.
(Carol)