Se soltou, nem pensava em sentar-se.
Para o lado olhou, e com as brasas se deparou.
Vivas! Ardentes! Não por sangue, mas famintas.

Como navalhas se pôs a despir, em movimentos rasos,
Insanos e provocantes, com força maior que o maior dos gigantes,
mas tão delicados quanto as mãos de um artista, sorrateiro, com dedos safados...

Consumia com a língua o gosto do corpo em seus braços.
Virava-se de lado, ou em pé, na parede apoiado.
E as chamas saiam por todos os lados.

Queimando e consumindo todo o oxigênio.
Fazendo faltar o ar, parecia desejo concebido por um gênio.
Porém, sem restrições de quantidade.

Quero continuar a ser feliz
Viver com toda a felicidade
Quero amar-te do coração
Como te amo de verdade
Quero falar-te ao coração
Dizer-te muito baixinho
Como me fazes tão feliz
Afagar-te e dar-te beijinhos
Queria o meu lar construir
Ter-te comigo por companhia
Para sermos os dois felizes
Na tristeza e na alegria
Queria esquecer as tristezas
Ao teu rosto só sorrisos dar
Estar sempre ao teu lado
Para mais te poder amar
Queria ser eu a fazer-te feliz
Que só eu te pudesse tocar
Dizer-te como me fazes feliz
Só eu puder o teu corpo afagar
Quero continuar a ser feliz
Contigo a me acompanhar
Dar-te ainda mais carinhos
Te abraçar e mais amar
De: António Candeias

Amor pode ser uma ilusão
Amarmos quem não nos ama
Como queríamos ser amados
Não amarmos quem nos ama
Como é tão complicado
Não amarmos quem nos quer
Evitamos quem nos ama
Amando quem não nos quer
Quando o amor é uma ilusão
Sonhos que tivemos a dormir
Não amando quem nos ama
Amando quem nos está a mentir
Como pode ser tão complicado
Amar alguém com tanta paixão
Quem não nos ama, não amando
Quem nos tem dentro do coração

De: António Candeias

Deixei de ser aquele que era
Que tu tão bem conheceste
Passei a ser um outro eu
Tu para mim há muito morreste
Adorei até te ter conhecido
Depois de muito te estimar
Vim a saber mais de ti
Que me andaste a enganar
Já deixei de ser aquele
Que por ti tanto sofreu
Meu coração já não chora
Meu amor por ti já morreu
Voltei a viver com alegria
Depois de ti me esquecer
Voltei a dar as minhas risadas
Como antes de te conhecer
Que sejas mesmo muito feliz
Desejo-o do fundo do coração
Que tu nunca vás sofrer
Como eu uma desilusão
Voltei ao que eu era antes
De pensar que te conhecia
Agora sou um homem novo
Vivendo com muita alegria

De: António Candeias

Na linha que traças no infinito
apontas para o início do fim...
Desenhas o céu, que bonito!
Acendes a sensibilidade em mim.

Grita minh’alma em sete cores
as maravilhas do universo sem fim,
fogem ligeiras todas as dores,
imobiliza-se a cena dentro de mim.

A vida pulsa dentro de tudo...
Nas nuvens errantes, pelos montes,
nos ventos com seu cantar agudo!

Pulsa no oceano, no ventre do chão...
Os olhos passeiam no vasto horizonte
chove alegria do meu coração.

Quando a poesia está longe de mim...eu fico longe dela...
Uma hora a gente volta a se encontrar...
Enquanto isso, eu edito meus vídeos de musicas que é uma forma que eu tenho de me expressar também...
Enise:)

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O que me reserva o futuro? Boa pergunta para se fazer às onze da noite. Os jovens preguiçosos respondem dizendo que devemos aproveitar o presente, ao distorcer os antigos hedonistas. Não sei, e acho que não vou saber tão cedo ou tarde. As tributações vencem, as atribulações me vencem, sou acusado de pobre, trabalhador, humilde e até de honesto. O complô que esse mundo fez no mesmo instante em que nasci me impede até de ser conformista. Risadas forçadas pipocam no meu perfil. Papagaio-as, imito-as com desespero. O tempo passa e leva a juventude, a arrogância, a saúde, a potência, as oportunidades de emprego. O que vai acontecer comigo? Viver? Tomara.

Assim vai indo mais um mês de Janeiro.