Hoje sonhei com as suas palmas tão preclaras
Roçando esses meus cabelos agrisalhados
Mas lutando em si, para não despetalar
A sã flor lúcida dos meus sonhos escuros.
Com que desespero louco quis despertar
Percorrer com os meus dedos cada linha sua
Onde caminha esse meu amor penitente?
Onde me levará dar-me sem condições?
Porque em sua emoção, meiga, não me acordou
Lamentei não ser meu caminho pertencido
E assim ainda eu pertencer a ele, infindo...
Silêncio das chamas que à noite me devassam.
Quando torpe, enfim me apossei desse meu corpo
Dei-me conta de uma devassidão voraz
Entranhada nos meus pacificados músculos
E emergindo do pântano, qual doce bruma...
Soube porque as suas palmas não me pisaram.
Não vinham, partiam... Para poder voltar.