Em fase de reconstrução
quebro meus tabus, estereótipos vencidos,
normas, padrões, regras , princípios,
tudo o que faz infeliz
e que a mim já não condiz.
Boto o pé na estrada...
Mudo a fachada, a cor descorada
mantida por nada.
Ausência de vida, pulsação, ação atrevida
acomodada em mórbida situação.
Perco a chave de casa
ao deparar a saída
e me entrego ao que vier, sem despedida,
ao que me desperte o desejo de viver.
Tiro da bagagem o supérfluo,
o peso, o excesso,
o desânimo expresso
num cansaço mental, moral, letal.
A inércia sem controvérsia, sem manifesto.
O sim bradado em contradição,
o não engolido por persuasão .
Quero gargalhar até chorar
lágrimas que brotem do sorriso...
Gritar mil vezes sim e não.
Florir em qualquer estação
sem respeitar placas de aviso.
Pisar na relva verde
e de verde reabastecer a alma
até que ela aporte num cais que seja calma,
onde seja feliz, onde conforte a alma.
_Carmen Lúcia_