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Madura. A menina mãe
Evolui de forma dolorida.
Acaricia seu pequeno ventre,
Onde brota a vida de sua própria vida.
Passos mansos e comprometidos,
De um corpo de sonho contido,
Sorriso brando num brincar criança
Esparge no espaço a pura esperança.
Deixou de ser a formosura,
Quadril equilibrado com a cintura,
Para arredondar-se de flores roseadas
E ser, do fruto gerado, a raiz sagrada.
Amadurece mais, quando se rasga,
E silencia o choro com o abraço.
Refloresce em sorrisos doces alargados
A cada cantiga, a cada toque no pequeno amado.
Mas já se preocupa em levá-lo à escola,
E se um dia pisará na grama,
E se dormirá na sombra das árvores
Como os meninos das histórias que lhe conta.
Marilene Anacleto