Já fui semente, já fui pó,
Já fui árvore, já fui céu,
Hoje sou flor, e flor azul,
Tenho o formato de estrela
De cujo pó me tenho feito
E retornarei em estado perfeito.
Como azul também sou mar
E se quiser, céu infinito,
Até estrela, para quem ama
Quando o amado me dá à dama
Sente-se tal deusa do antigo Egito.
Minhas folhas são ovaladas
Tal qual sementes de amendoim
Meu lar é sol, é chuva, é vento
E meu mais nobre sentimento
É quando um olho de amor sereno
Pára, respira e contempla a mim.
Então eu vivo o contemplamento
De sermos dois e sentirmo-nos um
Ser outra coisa nesse momento?
Não. Apenas a flor, a estrela azul.
Se retornar?
Posso ser flor, ou estrela, ou gente,
Quem sabe nuvem, ou a semente
Gerando cores do Amor Maior.
Quem sabe então a planta que cura
Ou a hóstia tão branca e pura
Servida no Altar do Senhor.
Marilene Anacleto
23/06/99 – 00:10h
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Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm, em 12/12/02
Comentários
Drica Chaves / Marilene Anacleto
Olá Marilene!
Essa sua "Flor Azul" de rara beleza
intensamente magnetiza
e abelhas em cantiga zumzum
colhem seu néctar azulando jardins...
Produzindo mel;
o doce sabor do mais puro amor!
Belo poema! Encantou-me!
Parabéns!
Meu carinho,
Drica Chaves.
Olá Drica!
Muito grata, Drica! Afinal, as palavras são o néctar de tudo. E o fizems confome nossa escolha.
Drica, há tempos esquecemos que nossa engenharia é também emocional e espiritual, mas percebo que não esqueceste disso.
Parabéns pelos teus poemas também.
Abraços
Marilene
Marilene