Odeio o jeito que me olhas,
Sinto-me nua
Vestida em teu olhar.
Odeio teu sorriso malicioso
Me ruboriza a pele,
Faz queimar minha face em febre.
Odeio tua voz ao fone
Galanteios vil
E na falta de resposta
Da voz presa em minha garganta
Minha respiração te conta
Ofegante e tonta
Meu disfarce inutil.
Odeio a parede gelada
Onde me prensas sempre.
Entre a parede e teu corpo
Mora minha covardia...
Insubordinado desejo.
Odeio teu beijo
Que me tira de cena
Me rouba o juizo.
Odeio a cama
Palco de deleite
Do prazer infame.
Odeio quando me faz admitir
Meu insubordinado desejo...
Que simplesmente sou tua
E que irremediavelmente,
Te amo!
(Aira, 10 de fevereiro de 2011)