Acabo de lhe ter e já quero você de novo
E fico a garimpar migalhas em meio ao povo
Olhando vitrines, através dos vidros lhe ouço me chamar
Beirando a loucura, fissura querendo lhe saborear
Vício que me domina, que me desanima, me definha enfim
Vício me manipulando, rasgando, matando tudo dentro de mim
Vagando por todas as ruas me apoiando nas paredes
Um farrapo humano de pé que outra vez matou sua sede
Que mente, que engana, que rouba até mesmo seus próprios entes
Interno de um inferno moderno nessa condição demente
Vício que me domina, que me desanima, me definha enfim
Vício me manipulando, rasgando, matando tudo dentro de mim
Não sei o que acontece
É algo assim que cresce
Repentina sensação
Desejo incontrolável
E inalienável
Uma mortal sofreguidão
15/04/98