Corpo frio, o meu
que todas as noites sente a falta do teu.
Trémulo, deitado no escuro,
chora por novos dias mais quentes
em que entre minhas pernas te sentes
e de dores brotem nascentes!
Que faças de mim o teu porto seguro...
Corpo quente, o teu
que só lembra saudade ao meu.
Aconchego de tarde encantada,
em que em ti me fiz e vi gente
e sem dor, coração ardente,
supliquei que não partisses novamente!
Que ficasses até nova alvorada...
Dois corpos que são agora nada
esperam nova chamada.
O meu, que o teu regresse quente
o teu, que o meu não esteja ausente.