Leve a alma flutua vigorosa e afetiva
Entre espaços inatingíveis pelo corpo
Carrega a semente fértil do aborto
Da velha estrutura sem nenhuma alternativa.
No espelho uma imagem distorcida se reflete
Espreito-a em queixume, com insistente atenção
Mas foge a mim qualquer maior avaliação
Mesmo que eu teime e troque a toalete.
De quem são as rugas que hoje eu vejo
Se minha alma é ainda graciosa menina
E a vida tanto ainda me encanta e fascina?
Será que me perdi em algum distraído bocejo
Diante do tempo e seu voraz arpejo?
Não reconheço a imagem que agora vejo...
Carmen Vervloet