O céu sem estrelas; o chão ainda estava molhado pela água da chuva; o vento desarrumando os cabelos quase que de propósito. As ruas vazias; ninguém para cumprimentar, ninguém para se preocupar. No mesmo local onde o Sol traz a agitação, o estresse, a aceleração do tempo, a Lua recupera o que foi perdido, com sua calmaria e tranquilidade.
Esse dualismo permanente parece estar presente na vida dos homens desde que estes começaram a ter consciência de si mesmos: em várias sociedades, o dia foi visto como o local dos homens e a noite, dos que morreram. Talvez seja pelo sentimento de morbidez, meio sombrio a quem não consegue ver a pureza da luz da Lua.
A energia perdida durante o dia é recuperada a noite, mas só para os que sabem aprecia-la. Eu escreveria mais, mas já amanheceu e minha inspiração se foi.
*ouvindo: "At The Drive-in - Non-Zero Possibility"