Aquela escadinha da velha varanda
onde se percebe incontáveis pisadas,
de tão desgastada, saltam-se adiante,
driblando perigos por se achar destroçada...
Os vasos de flores que ali descansavam
surtiam as cores ainda não vistas...
E os beija-flores, de longe, turistas,
roubavam-lhe beijos em meio a torpores...
E quando a escadinha se enchia de flores
exalava seu lastro de essências florais,
a uma distância a se perder de vista...
Sentia-se a primavera ali cirandar...
Aquela escadinha exultante de flores
guarda segredos de grandes amores...
Botinas de couro, sandálias e fitas,
chapéus, coronéis e moças bonitas.
Carmen Lúcia