No começo algo nos deixa incrédulos
Até que o desespero nos consome
E quando menos imaginamos
Um estranho dorme ao nosso lado na cama
Veste nossas roupas toma o nosso café
E quando menos se imagina
O estranho somos nós
E um lugar que era confortável de ir
Agora se tornara um lugar estranho
Sentimos medo de tudo e todos
Nada está protegido
É como se fizesse brotar cromossomos nas calçadas
Ruas e residências
E o estranho dentro de nós
Começa a se expressar
Ele quer mandar na gente
Assumindo uma nova personalidade
Mudam-se as idéias, continuam nosso rosto e nome
E nada mais
O estranho era um eu, esquecido na poeira do quartinho velho e sujo
Ele sente medo de sentir medo
Sabe como é sair na rua com medo das outras pessoas que não passam de pobres senhores e senhoras velhos ou não, rondando as calçadas enquanto o cachorro passeia... (pessoas como eu ou você)
Essa pessoa assume atitudes e sentimentos novos
Tirados (talvez) de um pedaço de cabelo nosso que estava perdido na escova de cabelos
Era um pedaço dos nossos sentimentos e atitudes nunca expressadas e que agora eram descobertas por outra pessoa
Outra pessoa que acha que sou eu
Que tem o mesmo nome, mas não os mesmo sentimentos
É um eu esquecido que esqueceu de ser descoberto por mim