"Ah, sim, eu lembro de você me dizendo "oi". Aquela sua maneira singular de me contagiar com o seu humor, fosse ele alegre, o que me deixava satisfeito, ou melancólico, que me impusera a sensação de impotência por diversas vezes. Você vinha devagar, com seu jeito brutalmente doce, duplamente marcante. Não era fácil manter o ritmo, sua exuviabilidade era algo que me matava, dentre tantas outras coisas. Eram momentos tão únicos, tão cheios de amizade sincera, de carinho mútuo; eu sinceramente não posso e não consigo acreditar que nada tenha feito diferença pra você, e que tenha esquecido de tudo tão rápido assim.
Será possível que eu me enganei tanto? Como fui ingênuo, como não fui capaz de perceber que só o que você queria era me testar? Ver até onde eu poderia ir. A única e quase insignificante lembrança que consegue em raros momentos de desespero aliviar a dor do meu remorso é pensar que eu te amei de verdade, e que talvez bem lá no fundo você percebe isso e pode se lamentar às vezes; essa é uma das pouquíssimas coisas que me dá um sopro de sobrevivência. Ouvir você no fim do dia me perguntando "como você está?" era algo que não tinha explicação, nesses momentos eu quase podia lhe sentir, eu sabia que tinha importância, eu sabia que na sua voz linda e também sonolenta, havia um carinho além do comum, fosse verdadeiro ou não.
A vida prega-nos peças que são impossíveis de prever. Jamais passou pela minha cabeça, no momento memorável que estivera passando, que um dia não mais teria a pessoa a que me dediquei tanto; isso era uma possibilidade absolutamente remota. Até quando? Bem, isso somente eu e você podemos responder, infelizmente. Coisas e fatos perambulam nossa caminhada, disso não podemos nos livrar. Porém, fica uma questão pendente a todos que ousam não concordar com o que o destino lhes impõe: "Por que tem de ser assim?". Confesso que esta pergunta foi e ainda é a que mais prevalece nos meus pensamentos, ela é propulsora para conveniências do meu cotidiano que não deveriam ser perturbadas por assuntos tão mesquinhos.
Lamento, hoje não posso fazer mais nada. Você teve sua chance, ou melhor, fez da única oportunidade que teve a chave para encerrar de vez nosso relacionamento (abstrato?) de uma vez por todas sem ter com o que se preocupar, no seu ponto de vista. O que fica claro é o fato de que eu tentei, e a não ser que você tenha o despeito de negar isto, eu fui o precursor de todos os momentos bons que tivemos, caso contrário eu só teria sofrido se coubesse a você manter a amizade e exclusivamente a mim aderir a seus conceitos.
Como todo ser humano normal que tem fé, espero que um dia você veja o que fez, e se arrependa disso. É óbvio, já será tarde, muito mais tarde do que com certeza vai parecer pra você, mas essa será a prova de que dentro de você existe aquela pessoa que eu conheci ao acaso, no meio de várias outras palavras... e aqui, dentre outras, eu deixo expresso o quanto eu te amei..."
se de todas minhas palavras depende meu julgamento, então me levem logo daqui, não ousarei me defender...
Data de publicação:
Sexta-feira, 3 Abril, 2009 - 20:59
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