Hoje não
Hoje não sei quem sou
Hoje não
Hoje não estou
Nem sei quem és
Hoje apenas voo
E corro o céu
De lés a lés
Abro as asas da inexistência
Rasgo o som da mudez
Encarno a carência
Percorro um sem fim
De desertos
Por mil olhos
Escrutinados
Penetro ventres
Abertos
Escancarados
E faço deles
O meu ninho
Calores usurpados
Em troca de um
Carinho
No vazio do corpo
Em que há instantes
Vida deu
Num cântico absorto
Procuro o que é meu
O que de mim
Se perdeu
Ou fui eu que perdi
Entre os uivos
De lamentos
Renuncio ao que já vivi
Hoje não
Hoje não sei
Quem sou…
Hoje não sei quem sou...
Data de publicação:
Terça-feira, 23 Dezembro, 2008 - 03:03
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Comentários
Graciele Gessner / Darsham
Olá, Vânia!
É assim mesmo, têm dias que acordamos e não nos reconhecemos...
Contudo, achei fantástica a sua forma de descrever a existência não reconhecida.
Parabéns, poetisa!
Beijos graciosos,
Graciele Gessner.
http://www.poemas-de-amor.net/blogues/graciele_gessner
Graciele Gessner.
Darsham/ Graciele Gessner
Boa noite doce poetisa...peço desculpa por só agora responder, mas ultimamente não tenho entrado no site.
Agradeço a sua visita e fico contente que tenha apreciado o meu poema, ainda que este seja um pco "amargo"...
Há dias assim, como você própria diz, em que acordamos e não nos reconhecemos e tento exorcizar esses momentos através da escrita, pois de algma forma faz com que eu não me concentre tanto na frustração e acaba por me aliviar...
Mais uma vez obrigada...
Meu carinho
Darsham