As dores do mundo eu queria tomar
Queria atá-las num laço apertado
Num rio profundo as ia deitar
E o homem podia dormir descansado
Neste velho mundo cansado
Entre guerras, fome, e dor
É tão difícil passar ao lado
Do mendigo que só quer amor
Do velho que esconde a dor
Num triste sorriso sem graça
Tentando conter o clamor
Do grito que cala com raça
Velhos e meninos sentados na praça
Vão estendendo a mão, pedindo o pão
A quem por eles com pressa passa
E nem os olhos levanta do chão
Será que o passante não tem coração
Ou será que se esqueceu de dar
Será que vive na ilusão
DE QUE NUNCA IRÁ PRECISAR!!!!!!!!!
Antónia Ruivo ... Novembro de 2007