Depois da bebedeira
Cambaleia pela rua.
Nas pernas tem tremedeira,
Passa a noite sob a lua.
Deita num canto qualquer,
Usa o braço como encosto.
Em casa sua mulher
Soluça de desgosto!
Mergulha em profundo sono
O homem de cabeça oca,
Enquanto um cão sem dono
Lambe a sua boca!
Quando, enfim, o efeito passa
Da alcoólica bebida,
Que cobre de desgraça
Os dias de sua vida,
Levanta todo quebrado!
Procura o rumo de casa.
O portão está fechado –
Sua família bateu asa!
Na cabeça põe a mão!
Desanda numa choradeira...
Chama a atenção
Da vizinhança inteira!
De nada isso adianta –
Ele estava bem-avisado.
Colhe-se o que se planta –
É o popular ditado.