ÉS TÃO SUAVE, NOITE
Já não me chega como açoite.
Gosto da noite.
Da carícia do vento.
Leve brisa que brinca com meus cabelos.
Arrepia meus pêlos.
És tão suave, noite.
Tão suave.
Com teus perfumes das flores noturnas.
Eu era tão covarde.
A noite eu temia.
Ansiava pelo dia...
E inclemente ele morria.
Mal o sol se escondia de tristeza eu quase morria.
Aos poucos fui entendendo as sombras...
Entendendo a razão desta outra face da vida.
A noite é para nos revigorar, para novas forças nos dar.
É para nosso sonhar.
Para nosso ser viajar...
És tão suave, amiga noite.
Com tua lua de prata, com tuas estrelas a piscar.
Por que algo tão lindo conseguia me amedrontar?
Sonia Delsin