Sentado à noite,
Numa cadeira estofada,
A ler um romance,
A ver a minha amada.
Sinto-me personagem,
Desta história de enredos,
À procura de amor,
À procura dos medos.
Primeiro surge uma luz,
Depois já se vê um esboço,
Logo a seguir se repara,
No seu lindo pescoço.
Depois vêm os medos,
Que tem de se combater,
Percorrem-me calafrios,
Numa ânsia de te ter.
Agora triste de mim fico,
De o ver acabar,
Tento-te esquecer,
Só te consigo amar.
Assim de romance em romance,
Se me enche o coração,
Está cheio de lágrimas,
Da minha intensa paixão.
Mas um dia hei-de acabar,
Conhecendo muitas amadas,
Dilacera-me o coração,
De as saber afastadas.
Triste de mim em vida,
Triste no meu morrer,
Vou para a última viagem,
Sem ter quem me entender.
Assim deixo estes versos,
Colados no coração,
De momentos dispersos,
Que vão no fundo do caixão.