Todos os dias que me sento nas escadas
Contando o antes e o depois
pergunto-me se algo
esqueceu-se da realidade
Oiço barulhos
vindos do piso de cima
olhando para a janela descodifico
os passos que eles dao
sozinhos no escuro
sentada sozinha
nao percebo o tempo que ja passou
olhando para as estrelas
percorro o maior caminho
que de soslaio
chama por mim
e nao me preciso de importar
por td o que ja passou
por td o que ja foi
por tudo aquilo que eu sou
continuo dormindo longe
daquilo
que outrora foi
e ja nao é mais
cada música que soa neste
piso diferente dos outros
morre devagarinho
com um respirar lento
terno
meigo
caindo no esquecimento
pq a chave deste lugar
nao quer ser encontrada
corre e brinca
com os sentimentos daqueles
que mais querem entrar
neste piso que nda
pode dar
Fica a janela
como ligação
do mundo
azul
uma muralha da realidade e da ficçao
fazendo td parecer interminavel
dentro das nossas cabeças
quebrando o ruido
pois hoje fico a olhar de dentro para fora
para um mundo que nunca
há de me fazer sentir importante
por aquilo que eu sou.