Hoje? Hoje não.
Hoje eu queria escrever um poema, mas não posso.
Seis horas da manhã, estou chegando em casa. Saí no começo da noite, fui confraternizar com amigos, bebi minhas cervejas, e por curiosidade resolvi esticar a noite, fui a muitos lugares da época em que em que saía para paquerar.
O choque de início é gradual, fui filmado e marcado com tintas cintilantes, entrando o choque é corpo a corpo sou chamado de tio, até aí tudo bem.
Depois sou eletrocutado, tio paga uma cerveja, tio dá um dinheiro para eu fumar, tio dá um dinheiro para eu cheirar, tio quanto vale o meu corpo, tio transo contigo se me deres um dinheiro.
Volto a minha mente para o dia anterior e lembro que fui visitar e abracei a minha mãe de noventa anos. Olho para a minha filha de doze anos, que está dormindo, e choro, choro as lágrimas da incerteza.
Ronald Martoraro Bathke.
*Publicação permitida: desde que conste o nome e e-mail do autor.
Hoje? Hoje não.
Data de publicação:
Sábado, 1 Março, 2008 - 10:38
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Comentários
DIRCEU / Martorano Bathke - VOTO
PARABÉNS...
Interessante reflexão.
Há muito tempo que não faço isso, sair pelas ruas, nas madrugadas da vida e entrar em recintos diversos.
Imagino que teria a mesma sensação que tu sentes,
por isso, congratulo-me por elaborares um texto tão reflexivo.
P/Dirceu
Amigo obrigado, esta criança que seguras em teus braços, será o que orientares.
Martorano Bathke
p/Martorano
Parabéns pela sua sinceridade, autenticidade...Os erros nos ajudam a refletir e aprender. E a reencontrarmos nossa identidade.
Gostei muito.
Abraços!
Carmen Lúcia
Carmen Lúcia