QUAL UMA VELHA CANÇÃO
Quem é você que passeia nos meus sonhos,
Transeunte disperso, nessas estradas virtuais,
Pisando tão forte, como se marcasse o compasso
De uma infindável canção, com seus bemóis colossais.
Que tem você nesses olhos, que me despem,
Quando pousam sobre os meus pensamentos
E me levam a cantar, no mesmo tom que o seu,
Os acordes trazidos pelas ondas dos tempos.
E por que eu sempre quero a essas teias voltar ...
Já sei... é que em êxtase, sinto que a vida se aspira,
E é irremediável a vontade de não mais acordar,
De novo, isenta das alegorias, desprovida de liras.
Fechemos então as janelas da alma para sermos um só,
Deixando que apenas a chuva, lá fora, se lamente
Num tristonho, mas balsamizante noturno de Chopin,
Pois que nesse devaneio viajo...sinto-me muito bem...
Vem o sol, que reluz como se bordasse em ouro
As cortinas do meu quarto, e, desperto ao ver
A minha realidade...nas paredes, os ecos me ensurdecem,
São ainda os seus passos atordoando o meu ser.
Comentários
P/ Ana Botelho
Olá Ana!!!
Belissimo poema!
É fascinante toda a construção poética!!!
BRAVO!
Abraços
Albino Santos
http://www.poemas-de-amor.net/blogues/albino_santos
A.S.
ALBINO/ANA BOTELHO
Albino:
Não sei o que se passa com as outras pessoas, quando escrevem um poema...Mas eu fico como se anestesiada em um tempo e em situações que gritam dentro da minha cabeça, desenrolando-se em cenas fortes e eu, simplesmente, as descrevo. Agradeço por vc sempre entender as minhas colocações e viajar ao meu lado em tais ficções.
Carinhosamente:
Ana Botelho
Ana Botelho