Como és formosa, querida minha, como és formosa!
Os teus olhos são como os das pombas e brilham através do teu véu.
Os teus cabelos são como o rebanho de cabras que descem ondeantes do monte de Gileade.
São os teus dentes como o rebanho das ovelhas recém-tosquiadas, que sobem do lavadouro, e das quais todas produzem gêmeos, e nenhuma delas há sem crias.
Os teus lábios são como um fio de escarlata, e tua boca é formosa; as tuas faces, como romã partida, brilham através do véu.
O teu pescoço é como a torre de Davi, edificada para arsenal; mil escudos pendem dela, todos broquéis de soldados valorosos.
Os teus dois seios são como duas crias, gêmeas de uma gazela, que se apascentam entre os lírios.
Antes que refresque o dia, e fujam as sombras, irei ao monte da mirra e ao outeiro do incenso.
Tu és toda formosa, querida minha, e em ti não há defeito.
*Cantares de Salomão