Prosas

Foto de Joaninhavoa

Sol a dobrar

*
rarbod a loS
*

«No dia em que o sol ficou por cá mais tempo,
eu o saboreei à minha maneira... deleitei-me
com seus afagos e brinquei! Mas saibam
que este brincar é deste mundo
e do outro».

Joaninhavoa
(helenafarias)
2011/10/02

Foto de cnicolau

O que dizer...

O que dizer,
quando nada tenho a colher,
quando nada tenho a fazer,
e muito menos a entender.

O que sentir
quando meu peito dói.
O mundo la fora corre,
e parece que tudo se perde,
o tudo o que se constrói.

Meu mundo hoje é ilimitado,
todo dia um acontecimento.
Sofro, sorrio sozinho,
por este mundo de cimento.

Corro, ando, nado,
Luto, brigo e saio.
Sempre pela porta fora,
no mundo que me é destinado.

Olhando, sentindo,
respirando, ouvindo.
Ilusão de sentimentos,
me pego sussurrando.

O mundo já não é o mesmo,
disso eu tenho certeza.
As coisas passam, ficam,
E eu vou com toda a beleza.

Vou,
Pois não fico mais,
neste lugar onde tive tristeza,
nessa terra não piso mais.

Não fico aqui nem mais um minuto.
Nem por você,
nem por ninguém.
O céu é minha testemunha
Já sofri por mais de um querer.

Hoje olho pra frente,
vislumbro o horizonte.
Nesta planície cheia de morros, de vales,
Nesta terra de imigrantes.

Daqui não quero mais deixar,
Daqui não quero fugir.
Pois achei o que procurava,
A PAZ que estava por vir.

Obrigado ao Pai por me mostrar
que sou capaz,
bem mais que eu imaginava ser,
corri atras de um sonho
agora é só esperar e colher.

Foto de JORMAR

Distância

Não faças de nossa distância sofrimento
pois ela nos fortifica e faz termos certeza de nossos sentimento
sofrer nao faz bem ao querer e pode matar nossos melhores momentos
pudera eu estar contigo agora, compartilhar tua felicidade
mas não te preocupes amor, faço isso sempre, estando em qualquer cidade
pois a distancia para mim não existe, apenas uma grande saudade
e quando te sentires triste, pense mim e sinta calma
pois o melhor amor é aquele que acorda a alma
e nos faz querer mais, que coloca fogo em nossos corações
e traz paz as nossas vidas, é isso que fazes comigo
por isso és tão querido
amo-te, sinta-se amado e protegido.

Foto de vieira061180

Pois é, quem é Jesus Cristo?

Então, estou escrevendo aqui um texto, não sei se incomodo, por que vou te dizer existem milhares de textos, até milhões na internet inteira, nossa é de se assustar a quantidade de material disponível, mas tudo bem, a gente escreve de novo e enche mais um pouco essa máquina que seria a Babilônia, ou seria o Egito? Pois é não sei te dizer se os eletrônicos são da Babilônia ou do Egito, é certo que há similares de nossos aparelhos na Pedra de Hammurabi, como por exemplo uma roda ou círculo na mão de um personagem, seria aquilo um alto falante? Da mesma forma o outro personagem da Pedra carrega uma placa, não seria errado dizer que a placa é um livro, ou um monitor ou uma tela... Pois bem então posso dizer que não há novidade em nosso mundo de novíssima tecnologia ... bom isso me faz pensar, por que um estudioso da América do Norte, chamado Zecharia Sitchin, teria compreendido que os Babilônicos, ou pelo menos os seus Deuses, tinham planos para a Humanidade, tal qual o próprio desenvolvimento de nossos aparelhos e potenciais. Pois bem me ocorreu agora isto mesmo, que os Deuses da Babilônia, chamados "Anunakis", que teriam parte no planejamento da habitação de nosso planeta estariam desenvolvendo estes planos. Pois bem do outro lado temos o Egito, com a referência do Grande Hermes Trimegistus, e o Deus Hórus. Cito o Egito pois é um outro ponto além da Babilônia. Bom quero dizer aqui também que estas duas civilizações estariam figuradas na imagem de Maria de Guadalupe do México, sendo de um lado o Egito e do outro Jerusalém/Babilônia, figurando nas duas pontas das asas da Grande Águia, que seria a Lua, em baixo da Virgem Maria que seria o Sol. Contudo recorrendo agora ao título do texto vêm a pergunta: Quem seria Jesus Cristo ? Seria ele o Deus Hórus do Egito, ou o Rei Hammurabi da Babilônia, ou ele é mesmo o Filho de Deus, esse que não seria possível se mesurar. Bom enfim, de fato eu me informei que Hermes Trimegistus teria conhecido a revelação da Santíssima Trindade isto há muito tempo antes de Jesus. Ele terias visto Deus, que chamou de Mente ou Espírito, também o Verbo, que seria Jesus. Como será que Hermes viu estas coisas? Bom o jeito é continuar trabalhando até que eu ou se descubra mais informações sobre estas questões religiosas.

Rafael Mingatos Vieira

Foto de JORMAR

Intimo Desejo

O meu intimo sente o desejo profundo de abraçar-te
de sentir o que verdadeiramente é ser feliz, mas que seja para sempre.
Quero sentir todas as noites o acto de prazeria
entregue aos minutos tomados pelos desejos espirituais.
Sinto a vida intensamente,
e que os batimentos do meu coração são ouvidos aceleradamente,
pelo clamor desesperado do meu coração em ter-te junto de mim

Foto de cnicolau

Glória

Hoje o dia foi mais calmo
Hoje o dia foi menos tenso
Deixei de tentar entender
pois não importa o que penso

As batalhas não foram amenas
O sol brilhou mais forte
A luta não foi pequena
Mas a paz, tornou-se serena

O olhar não buscou o acaso
A fala calou-se
Busquei não ficar ao esmo
Trabalhando bastante

O corpo senti-se leve
A mente ficou vazia
O coração bateu forte
Como antigamente o fazia

A noite caiu
despindo seu véu
O sentimento esta indo
Como vela finando o pavio

A cidade abaixo avança
Não posso ficar parado
Sozinho em meu quarto
Buscando a lembrança

Levanto, visto-me e saio
Corro pela rua
Meu coração dispara
Pelas esquinas afora

Que assim seja todo dia
Um dia de glória
Pois sem trabalho e paciência
Com certeza não haverá
A desejada VITÓRIA

Cleverson Luiz Nicolau
29/09/2011

Foto de Edigar Da Cruz

Eu Quero Saber o Que é Amor?

Eu Quero Saber o Que é Amor?

Assim me disse a letra dessas musica linda,. Que descreve bem a relação de um casal,..
De amor sentido na alma e no coração
Com voz de Mariah Carey canta a ela a nossa musica de amor e canção
I Want To Know What Love Is

Eu Quero Saber o Que é o Amor
Na minha vida só tem havido sofrimento e dor,
Eu não sei se eu posso encarar isso de novo,..
O que não quero e agora e parar novamente sem descobri,..
Eu quero encarar isso de novo,..!!
Sei que fui longe demais,..
E parar agora! E para quem desistiu de amar,..
E não quero viver na teia da veia da solidão,..
Eu quero saber o que é amor,..
ME MOSTRE O AMOR!
Quero senti-lo destilado com seus olhos aos meus,..
Com seu colo junto ao meu,..
Sei que com você posso encontra o encanto do mistério da magia do amor
me mostra me apresenta o que é amar de verdade de outro coração escrito as paginas de amor,..
de Nossa musica ! de nossa melodia! Nosso enredo de paixão,..
Muitos podem nem entendendem essa relação,...
Para outros é confusa, mais quem á entende somente quem esta presente a ela,...
Dois Corações alados, iluminados pelo sol,
Brilhante feito as aguas de mar
Lá nas profundezas infinitas do mar,..
Encontrei uma linda sereia, de olhos lindos de perolas lindas brilhante como o azul do mar maravilhoso do céu seus olhos são belas pedras brilhantes castanhas que fascina e encanta,..
Quero que me ensine o que é amar,..
Que esse amar seja ao lado da sereia do amor,..
Que me apresentou o endereço da paixão.
Com a sereia há letra ,há aquela melodia do mapa marcante do encontro do amor
AMAR e FAZER FELIZ

Autor:Ed.Cruz

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro – Capítulo 4

Engolidores, mais escravos que os escravos. Esse nome foi dado para seres de sangue quente, na sua maioria, que não se opuseram a dominação total de sua espécie e aceitaram seu destino de submissão. Os seviciados levam esse infeliz adjetivo, como uma marca indelével de sua covardia e pavor. Se forem coitados, pouco importa. Os engolidores são ao mesmo tempo vitais e descartáveis.
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- Sou sua amiga. Confie. Vamos sair daqui. Venha comigo.

A voz me era familiar, como se já a conhecesse. Os gestos eram familiares, os jeitos e trejeitos, a aura que emanava do corpo, seus olhos alaranjados e incomuns tão convencionais ao meu admirar. Ela era fria, brisa gélida que suspirava os meus lábios ao seu beijo. Sabia quem era, por milésimos, sem certeza. Mas sabia ainda que sem saber.

- Sim. Obedeço.

Eu estava sendo heróico e lamentável naquele ato.
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A senhora que me resgatara do cativeiro tinha as chaves para a saída da prisão com a qual eu me acostumara a suportar. Ela carregava apenas a si mesma, enquanto eu transportava anos de humilhação e resignação. Num silêncio que não escondia o sorriso do despertar para um sonho, eu subia para nuvens depois de um infernal período de insatisfação. Eu exultava, exorcizava o demônio do temor, até sermos cercados.

- Então vai fugir...?

O Luís Maurício nos olhava com um misto de nojo e tara.

- Não vou fugir. Você nos expulsou.

- Como assim, os expulsei? Eu te expulsei, mas não ao escravo.

- Pode ficar com esse lixo, só o trouxe para sacrificar em meu lugar.

Eu estremecia de rancor.

- Cínica. Você é tão covarde como esse traste.

- Não, eu aprendi a ser sórdida contigo.

- Não estou nem aí. Pode ir embora, agora você vale a mesma ninharia que os engolidores. Lá fora, sua corja é repudiada. Você vai ser relegada ao gueto, e isso se preferir não morrer. Seu destino está maculado. Sua sina é passar fome, é ter a necessidade e não saciá-la, é ser linchada e escarrada por não ser mais do nosso convívio. Será lembrada como louca e perdida, e isso se mencionarem seu nome. Diga adeus a sua vida, chegou sua hora.

Dona Clarisse calou-se. Pela primeira vez algo que ela não queria lhe descia pela garganta.

- Dimas, não deixe que ele me toque.

Ela saiu correndo à minha frente e largou-me aos chutes do meu cruel superior.
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A porta não fora fechada. Em fúria, meu chefe me espancava e extravasava os nervos que lhe explodiam. Mas desta vez eu não me encolhi. Tentei um primeiro revide, do chão com um pontapé. Ele nada sentiu e de cima pisou meu rosto. Tentei mordê-lo. Ele golpeou meus dentes com os cadarços que o sobravam. Uma alavanca rasteira o derrubou. Acertei seu olho esquerdo. Descobri que meu patrão também sentia dor. Arrastei-me até uma foice, estávamos no jardim da residência, agora florida de uma irônica primavera. Ele pisou minhas mãos. Com um puxão escorregou, estatelado junto à lâmina. Ele dedilhou o cabo da agora arma. Sorriu e hesitou na sua vitória iminente. Subi sob suas costas, o acotovelei e esfreguei sua face no solo. Enfim a foice era minha. Enfim eu tinha a possibilidade de matá-lo. Mas era mais prático arrancar seu braço. Foi o que fiz.
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O Luís Maurício uivava e alguns perceberam indo ao seu socorro. Dona Clarisse era linchada. Eu corria para não ser encontrado em direção ao meu desconhecido gueto. Eu me esgueirei enquanto os brados procuravam seu culpado. O pânico tomava as então plácidas alamedas dos dominantes. Vinha a tona todo o furor selvagem sufocado pela supremacia instalada na nossa realidade. Um embevecido decidiu tacar fogo na cidade incontrolada, para solucionar pela facilidade. Acabou piorando o caos. Os seres, tomados e extasiados, puseram-se a brigar entre si. Tudo estava por ser quebrado. Um instinto me indicava o caminho do tal gueto, o intocado e tranquilizado gueto. Não havia paralisia que diminuísse meu ímpeto. Tudo estava por ser destruído. Uma toca me escorregou sem que eu quisesse. Mas eu sabia que estava seguro. As mãos que me sugaram da superfície eram trêmulas e vibrantes. Eram mãos quentes, que até ardiam as minhas canelas. Nessa escuridão me vi logo inconsciente.
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Uma humilde vela acendia. Vi cenhos me pedirem senhas. Nenhum código me ocorreu. O que parecia o chefe deles pediu a palavra por possuí-la de verdade. De fato era o líder em seu nome celebrado.

- Não nos conhece, irmão, mas o acolheremos. Prove que merece nossa confiança e não será incomodado. Agora você está conosco. Discipline-se, e encontrará sua glória

Eu um milésimo me converti ao seu comando.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo – Capítulo 17

“Fato inédito na história da comunidade internacional, a presidenta Dilma Rousseff foi a primeira mulher a abrir o Debate Geral da 66ª Assembléia-Geral da ONU. O evento reúne nesta quarta-feira (21/9), em Nova York, chefes de Estado e de Governo dos 193 Países-Membros das Nações Unidas. Como é tradição desde a primeira Assembléia-Geral, que aconteceu em 1947, o Brasil abre o debate geral, que este ano tem como tema ‘O papel da mediação na solução de disputas por meios pacíficos’. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a Assembléia-Geral da ONU, em sua 66ª sessão, deverá privilegiar, dentre outros temas, questões relacionadas à mediação e à diplomacia preventiva.”

- Do texto “Abertura do Debate Geral da 66° Assembléia-Geral da ONU”, retirado do Blog do Planalto, em 21 de Setembro de 2011.

Em pensar, que ainda hoje, existem os machistas. Existem os que admitem bater em uma mulher e violentá-la. Existem os que preferem o conflito improdutivo ao tranqüilo crescimento. Existem os que querem a morte ao invés do nascimento de um mundo melhor. E quem pensa que eliminar essas pessoas é uma solução está justamente realizando o mesmo mal. Cabe a nós termos um pensamento de paz evitar o sofrimento de bilhões de pessoas.

Essa é a prova de que eu tenho mãe e a amo.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 3

Elis Regina Carvalho Costa. Cantora brasileira. Mesmo morta é mais importante que um bocado de vivos que eu conheço sem os querer ofender. Elis deixou a herança de seu talento até no sangue de seus filhos. Todos os três trabalham com música. Pedro Mariano é cantor. Maria Rita também. O primogênito João Marcello, que fora pai recentemente, é um produtor e crítico de mão cheia. Quando as revistas e os jornais se referem ao seu pequeno nascido como o ‘filho da Eliana’, fico um tanto desconfortável. Quero dizer, sem meias palavras, eu fico é puto mesmo! A criança é filha de Eliana, sim, que é uma apresentadora competente e que tem todo o direito de aproveitar sua maternidade. Agora, que seria muito importante recordar-nos de seu parentesco com a saudosa gaúcha, isso sim, seria bom. Mais do que ser ‘filho da Eliana’, essa criança deve ser apontada também como o ‘neto da Elis Regina’, uma das maiores cantoras que já tivemos, senão a maior. Fica aqui o meu singelo protesto. Mas não desejo me ater a essa discussão mais apaixonada do que pertinente.

O álbum mais famoso de Elis Regina é o Falso Brilhante, de 1976. O disco contava com músicas presentes no show homônimo, um espetáculo que juntava teatro, dança e canto numa apresentação memorável. O show locado no Teatro Brigadeiro teve 180 mil espectadores, o que o coloca como maior êxito da carreira da cantora e prova incontestável de sua popularidade e relevância no cenário da nossa arte. Quanto ao espetáculo, nunca o assisti seu vídeo completo. Mas o disco, não apenas pelas suas canções de maior sucesso, a citar, ‘Como Nossos Pais’ e ‘Fascinação’, marcou época. No auge do regime militar, que começava a ensaiar uma tímida abertura, o Falso Brilhante significou exatamente essa possibilidade, já que, ainda que veladamente, a crítica e a denúncia se faziam presentes na concepção da obra. O país vivia um declínio econômico considerável, a ditadura apesar de consolidada se encontrava desgastada e a incerteza, somada com o acobertamento sobre os desmandos realizados pelo então poder instituído tornavam a realidade brasileira numa situação difícil e pouco encorajadora. Valendo-se da brecha política, Elis remou contra a maré. Ainda que o Falso Brilhante seja um disco imerso na melancolia, sua mensagem final passa um fio de esperança durante a tempestade de seu tempo, um brando sopro de vida na austeridade de um país fechado, um suspiro diante das lágrimas causadas não somente pela violência como também pela miséria que tais circunstâncias trouxeram ao Brasil. Elis provou seu talento. E sua iniciativa ficou para o futuro, como marco da retomada da arte nacional como objeto de expressão dos anseios populares e de opinião.

Todavia, meu disco predileto da cantora não é o Falso Brilhante. Saudade do Brasil, um disco de 1980, pode ser considerada a obra definitiva de sua carreira. Não exclusivamente por ser seu último LP, Saudade do Brasil, que foi lançado em dois volumes, apresenta todo o desenvolvimento de Elis como artista. Numa estrutura seqüencial que de tão coesa chega a até se aproximar de algo conceitual, no sentido de se montar uma narrativa ao invés de se amontoar canção após canção, como que relatando o contexto histórico e social no qual se incidiam os brasileiros àquelas décadas, dando preferência a uma abordagem jornalística em detrimento do universalismo pessoal e intransferível nas artes gerais que encontramos desde então do final do golpe militar. Sem contar a gravação contou com uma quantidade de recursos muito maior para sua execução, o que elevou em muito sua qualidade, dando a cantora e seu repertório uma roupagem atual, destoante da imagem elitista e retrógrada atribuída para Elis antes desse trabalho. Elis, firme e ousada como nunca antes, decidira conduzir sua turnê de maneira até então inédita no país. Seu espetáculo seria montado em circos, para facilitar a mobilidade do show e reduzir seu preço. Ou seja, Elis queria levar sua arte aos mais pobres. Diante da negativa dos governos em obter uma autorização para o seu projeto, com toda a certeza surgira uma grande tristeza e amargura no âmago da cantora. Isso facilitou o processo que a levou à morte, pelo vício em remédios e drogas. Isso facilitou para enfraquecer a cultura nacional, tão restrita aos mais ricos, que temerosos de perder sua posição sempre pressionaram o desestímulo com a educação, a distribuição de renda e a justiça social, que em longo prazo causam mais do que prejuízos, causam o sofrimento de uma vida inteira de humilhações para nossos entes queridos, mal que conhecemos tão bem.

Minha mãe tinha doze anos quando Elis morreu. E certa vez, num desses especiais de televisão, passava a cantora, justamente num cenário que reproduzia um circo, justamente interpretando o repertório desse disco. Ela chorava, não somente pelo ídolo que Elis representa, mas pela realidade em que ela viveu e pelo plano de fundo em que calcava seu pensamento, nada mais que o desejo de paz e felicidade sempre cerceado aos mais simples. Foi ali que eu entendi o que era ser gente e ser artista de verdade. Foi ali que eu entendi que deveria não me abalar diante das dificuldades da vida, por maiores que elas sejam. E se Elis não viveu para ver suas expectativas suprimidas, esse é tributo que devemos ter com ela, que é o tributo de não nos conformarmos com a consternação, de tornarmos o Brasil um lugar onde a dignidade se faz presente, e onde o amor vale mais do que tudo.

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