Prosas

Foto de Jorgejb

E de um poema, nasceu…

Foram muitas as palavras, trocámos poemas e comentários, avolumou-se a caixa postal. Cada vez, as palavras faziam mais sentido, olhava cada frase, cada poema e só sabia que todos os dias, ia querendo mais e mais. O gosto da cumplicidade preenchia os nossos tempos, e percebemos que tínhamos criado algo único e pessoal onde só nós podíamos entrar, como os cantos secretos dos adolescentes, onde o mistério e o segredo animam cada fracção do nosso corpo. Tremia só de pensar nela, percebia nas palavras dela, a mesma intimidade, a mesma necessidade de algo diferente e especial, que só cada um de nós podia dar ao outro.
Um dia acabamos por ir mais longe, trocamos telefones e e-mail, soubemos como era o aspecto físico um do outro (como se isso interessasse), e combinámos encontrar-nos. O medo e a ansiedade iam tomando conta de mim, já sabia quem eras, quanto esse teu coração podia entregar, a profunda sensibilidade que criavas em cada poema, a forma como sentias a vida. Decidi abandonar-me a esta paixão, nascida da emoção das palavras, sem qualquer destino, sem qualquer certeza. Apenas como se o mundo fosse um recanto ingénuo, onde nos faríamos felizes, para além de qualquer coisa. Decidimos encontrar-nos.
Olhei-te demoradamente, como se já te conhecesse, como se o teu olhar estivesse para além de ti, da tua forma, da tua roupa. Pousei meus olhos nos teus lábios, segurei tuas mãos, sentindo nelas a força da tua escrita, e quis meu peito contra o teu, como se já fosses minha e te abandonasses sem receios.
A verdade de um beijo formal e um “como estás?”, parecia não fazer parte do nosso quadro, mas foi assim que aconteceu. Procurámos uma esplanada, agradecendo a mesa que nos dava a distância suficiente a nos entendermos, e tentámos começar a conversa, que no nosso canto era tão fácil e fluida. Percebemos rapidamente o nosso embaraço. O nosso desejo contido pela formalidade física, as nossas limitações do outro lado da vida. Formais e inquietos, entregávamos sorrisos tímidos, perguntas esbarravam com os tiques nervosos – tu meneavas o cabelo, eu arrependia-me quanto podia, de ter deixado de fumar.
Acabámos por começar a conversa, acerca do teu poema que escolheras não sei para onde, o tal que me pediras ajuda. E depois foram conversas sobre mais um e mais outro, a vida começava a fazer sentido outra vez. Perdemo-nos nas horas, nos compromissos, fomos papel e caneta, escrita a dois, poemas inventados, a felicidade de nos termos, e por fim um poema em cima da mesa, que copiaste numa letra soberba e me entregaste. Já não sei se nos despedimos ou ficamos, se nos beijamos ou nos amámos.
Essas são as memórias que o nosso canto irá guardar para sempre, como nós dois guardámos esse poema que só nós, sabemos dizer de cor.

Foto de Jorgejb

E de um poema nasceu 2

Deixou um poema em cima da mesa e saiu. Sabia que ela, ao sentir o frio do outro lado da cama, saltaria pronta, procurando onde tinham feito amor, a mesa nua e fria, ainda quente do seu corpo, sulcos de si própria espalhados nela, e assim, perceberia a folha cheia, acolhendo palavras para si.
Não, não era um recado, nem uma justificação, nem concerteza razões expressas de forma polida e omnisciente, desculpando-se. Era um poema, zurzido da consciência do impossível, dos pedaços dos dois, que ainda ontem pareciam não conseguir se despegar, iluminados da loucura que os prazeres quando libertados, emprestam aos corpos e lhes dão aquele brilho, que só os amantes sabem contar e explicar dentro dos seus corações.
Uma dolorosa e delicada expressão de amargura, empalideceu seu rosto, sentindo a solidão dos amantes traídos; olhou de lado a sua cama, desarrumada, os lençóis descaídos e soltos, as roupas espalhadas pelo chão, como um mapa, com pontos demarcados e uma história apensa a cada um.
Já sentada na beira da cama, contida no seu próprio corpo, escondendo seus seios em seus braços, as pernas geladas, vermelhas, unidas na estupefacção do seu próprio ruído interior, procuraram nas palavras uma nova força, um destino, uma alma.
Encontrou-o mais uma vez. Como sempre, arquitecto de palavras, demasiadamente doce para a sua manhã, o rosto dele na sua memória - definhando, e foi lendo, e lendo, sem compreender onde chegava.
Era a carta de um homem com medo do amor, como se não lhe tivesses deixado os seus portões abertos para entrar, era a carta de um homem preso ao espaço e à resignação do mundo que trouxera atrás de si, como se ela alguma vez tivesse ousado tocar em seus haveres, ou pronunciado a palavra passado. Era ele e seu mundo, e a irrazoável forma de dizer adeus cobardemente, como se num último rebate, abandonasse a prancha mais alta e recusasse o salto para um mar maior e mais azul.
Ela sorriu, arrumou o quarto, tremeu de frio, e percebeu o quanto tinha estado nua, agasalhou-se sentindo o conforto do seu xaile de seda, onde tantas vezes repousara o seu amante, e sorrindo mais uma vez, abriu a janela que dava para o meio da rua, o rio entrando pelas suas narinas, extasiado do fresco ar húmido e salgado que a abraçava, e convidando o Sol a entrar, escutou no seu rádio a sua música favorita, trauteando um novo canto, sem saudade, sem rancor. O amor, o seu amor haveria de chegar outra vez.
Ele, parado no meio da rua, queria perceber o que tinha escrito, a impulsividade que o dominava, o medo de magoar, de prolongar sonhos sem esperança. Doía-lhe o peito e a saudade dos lábios dela. A manhã não lhe dava tréguas, de ter sido acordada tão cedo, enregelou-lhe os ossos, como querendo que ele voltasse ao leito que tinha deixado. Sentia o perfume dela, abraçando-o, mas soube que a outra história devia estar destinado. Final de história, os passos levavam-no em frente. Sorriu na compreensão, do quanto ela ficaria no seu peito, na sua memória, e amou esse momento na plenitude de um grande final e do quanto os momentos são diferentes na medição do tempo e dos seus segundos. Veio-lhe à memória a mesma canção, que tocava em todas as janelas abertas, a sua canção, espalhada por todos os rádios, esperando que ela também o tivesse ligado, trauteou baixinho para ela, que o amor nunca irá partir, um dia o amor, o seu amor haveria de chegar outra vez.

Foto de Alessandra Reis

Eu... comigo..mesma!

Eu naum me importo em fikar aki sozinha ...escrevendo versos sem rima...e imaginando coisas que só acontecem em Hollywood..
Eu to aprendendo a abrir minhas asas... Pra voar pra bem distante de mim mesma!!
A minha vida jamais se resumiu em futilidades.. sei esperar...sei ser rejeitada...sei perder!
Mais ainda sim...posso dizer que...

...ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.

..Ser de todo mundo, não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.

Eu também naum tenho medo de morrer sozinha...
Mto menos de naum ter com quem conversar...
Tô sempre falando comigo mesma...e tendo a minha companhia pra rir das ironias... chorar nos fracassos...e esperar o futuro!
Entaum... pego na minha mão e vou junto comigo mesma...ver o sol!!!...

Foto de Ravena

O dia da chuva...

Ele agora vaga de volta para casa com a chuva orvalhando levemente os ralos cabelos depois de vê-la na circunstância adversa onde nada mais pode fazer do que ser um conhecido, mas ambos sabem, e no brilho dos olhos se reconhecem, ele de volta a chuva e ela de volta as linhas.Ambos se encontram nas linhas da rede e ali soltam as necessidades de ambos e aquilo a enobrece nesse momento em que se sente a suja, a escória, nesse momento em que a ferida dela sangra expelindo também a esperança de um novo recomeço ela pensa cada vez mais nele, e naquela hora da noite em que as luzes se apagarem é nesse toque tão ainda anônimo que ela vai pensar, idealizar a noite em que ele virá, as formas dos corpos seriam iguais?Quais seriam as sedes?
Ela de calor, ele da fêmea!!
Ela só deseja ser livre mas atada é ao calor daquele que a prendeu, cativa no amor que tem pelo tirano ela se lamenta enquanto ele aos poucos mexe com sua tentação...
Corte a corda pra que voe ou então rasgue esse peito em dor e sangue pois não pode mais suportar a falta, a sede, a fome de ser mulher!!!

Foto de alEksãdra

oito anos

Quando te vi Atração
Te conheci Paixão
Senti seu corpo Tesão
Não te entendi Aceitação
Te machuquei pedi Perdão
Ti perdi Separação
Senti saudades de ti Reconciliação
O que sinto por ti Admiração
Mas ti vejo olhando pro lado? Beliscão.

Mozão
Tudo isto é só Amolação
Só quero tocar seu Coração
Oito anos de Emoção. Pra celebração? Cerveja com limão.
(Dedicado ao meu namorado no dia do nosso aniversário de oito anos de namoro.)

Foto de Alessandra Reis

Invasão....

Aqui...é o meu ego...
aquele que fala sem precisar ser ouvido...
que sente..sem precisar de motivos..
que compreende...mesmo não sendo compreendido..As vezes me sinto torturado..
outros dias..exaltado!
Mas na maioria das horas..
naum sou nada mais, que mais uma parte integrante de uma pessoa que quão inconsequente é...
Se algum dia eu me modificar...
Ou inverter meus valores...
Foram apenas por consequência dos fatos..fotos...acontecimentos...
Pessoas...feridas...ou novos sentimentos.
Vamos..viver entaum?? Até que tudo realmente e totalmente deixe de valer a pena!!

Foto de Alessandra Reis

Me perdendo!!

Quem derá eu..caminhar...sem rumo... pras trevas ou para a luz.?? naum sei...mais caminhar...sem rumo...dias...noitesss.... sem fim... tendo apenas que me preocupar...apenas com minhas duvidas e minhas angustias! Era tudo que eu precisava pra reviver minha ilusão!!!

Foto de Alessandra Reis

Ainda insana...

Subitamente..me bateu uma vontade de correr até vc!!!...
De fazer tudo q eu nunca me permiti...
De dizer todas as palavras que um dia julguei... Insanas!
Se um dia..ja me perdi por amar dimais...pq to me deixando fazer isso novamente?? Dá pra entender-me?
Naum...
Sem escrúpulos...sem amor próprio...
eu me definiria hje...em apenas 1 palavra! Teimosia!
Concreto..é o que esta aos meus olhos e naum me permito ver...
Talvez seria...por te querer dimais e ouvir todo tempo sua voz soando como música aos meus ouvidos.
Pode ser que vc naum leia isso aki.
Mais por sinceros dias...
vai estar aki..pra vc ver..e compreender...
O quão insana...eu ando... de vontade de vc!!!

Foto de Alessandra Reis

Sem previsões...

Eu tô assassinando meu tempo..
enrolando meus dias ...
enfumaçando minha existência..
tudo isso pra acelerar a mente...
Quero...tantas coisas ...
que naum estaum ao meu alcance..
sonho taum alto..
que quase sempre caio em terra...
Me entender...é completamente improvável..
pois nem se quer eu mesma..
sei... pra onde vou..
onde estou..
e pra onde desejo ir ..amanhã!!!
Sem previsões...
pro futuro hje!

Foto de Isa Castro

Momentos

Entre lençóis perfumados a jasmim, a mulher a corda sonolenta e não quer ver a luz do dia. Deixa-se ficar a saborear aqueles momentos divinos e imagina-se a caminhar ao encontro de momentos conjugados com o passado e com o futuro. As mãos deslizam lado a lado com os pensamentos, fantasiando, dando vida àqueles momentos mágicos...
Ela conhece bem as veredas que percorre!
Estimulando cada vez mais e mais profundo, chega a explosão de sentimentos que queimam as entranhas com gritos, sufocos, culpa, dor...
Tomada por um choro convulsivo levanta-se, toma um duche e põe a máscara...
Um novo dia começa.

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